quarta-feira, 14 de dezembro de 2011




Quer saber? Tenho um desabafo a fazer!! É.
No dia 07 desse mês fiz 29 anos. Quando engravidei tinha 27, quase 28.
Entre muitas coisas que as pessoas me falaram (quando me davam os parabéns), uma delas foi: Juízo, hein!!!
E eu, como não sou nada tolerante, calma e light, respondo. Respondo mesmo.
As pessoas têm uma mania muito feia de olhar só o rabo dos outros na linha do trem, enquanto o próprio está prestes a ser amassado por ele.
Pois bem.
Tenho 29 anos, não engravidei com 15, 17, 21, cheguei aos 27 solteira e sem filhos. Arranquei muitos: "Nossa, você ainda não tem filhos?" Uma coisa incomum, já que as mulheres dessa idade já têm filho e às vezes mais de um.
Não que eu tenha orgulho disso e não que eu me martirize por isso, nem que eu crucifique quem teve.
Eu queria mesmo ter encontrado minha alma gêmea antes dos 29 e nesse homem ter encontrado o pai perfeito para minha filha. Eu sonhava com um amor lindo. Um amor daqueles de tirar o fôlego. Um amor igual aqueles de filmes e novelas. (Ainda sonho, mesmo sabendo que não existe). Tamanha foi minha surpresa ao perceber, quando peguei o resultado  do exame, que eu iria ser mãe solteira depois de ter evitado durante anos e ter dito, várias vezes, um sonoro: " Não " quando me perguntavam se eu tinha filhos. Aí eu vi que o mundo real era muito diferente do que eu sonhava. Mesmo porque sempre escolhi os caras errados, e os que eu poderia ter escolhido pra me casar, não me tiraram o fôlego. Mas não aconteceu! Paciência! O pior disso tudo foi ter acontecido com um sapo e não com um príncipe. Com uma pessoa fria que não sabe amar e nem sabe o que é ser amado. Que imagina que mulher só quer dinheiro. Uma pessoa incapaz de ver que um filho precisa de comida, roupa, creche e muito mais e que os míseros R$ 100,00 NÃO IAM SER GASTOS NO SHOPPING COM ROUPAS PRA O MEU USO PRÓPRIO.

Evitei engravidar durante todos esses anos, sempre tive senso de responsabilidade, sempre sonhei ter filhos, mas queria que acontecesse na hora certa. Ou você acha que é satisfatório ver o preconceito de ser MÃE SOLTEIRA nos olhos das pessoas? Acha que eu estava feliz em saber que era a única futura mãe sozinha no consultório para fazer consultas ou ultrassonografias? Não. Não estava e demorei a começar a curtir minha gravidez. 

Mas voltemos à palavra JU-Í-ZO.

Pelo fato de ter engravidado (tomando remédio) e o "pai", ou melhor, o homem por quem eu era apaixonada, louca, envaidecida, não quis ficar comigo e nem com minha filha, eu sou desajuizada?? Tendi naum... O engraçado é que algumas pessoas que me deram força pra ficar com ele, são as mesmas que agora me dizem: Juízo, hein! Como se na testa desse homem que era amigo da minha família há anos, que inclusive é amigo do meu irmão mais velho ainda, frequenta a loja dele, liga pra ele, não pergunta pela filha dele, etc... estivesse escrito: "CAFAJESTE, IRRESPONSÁVEL, FRIO E NOCIVO. SE AFASTE!" Não estava, minha gente!! Conhecia esse homem havia anos, nos falávamos pela internet, nos encontrávamos sempre em festas na casa do meu irmão, enfim, era a pessoa que eu menos imaginaria que fosse renegar uma criança que não foi planejada MAS NÃO foi concebida por falta de responsabilidade minha!!!! Qual é????

As pessoas acham que a gente escolhe ser chutada com uma criança na barriga?? Acham que a gente não tem juízo porque o remédio falhou (que foi o meu caso) ou porque na hora nenhum dos dois pensou na camisinha ou por isso ou por aquilo??? Seja qual for o motivo, Julgar é fácil!!! Falar que é responsabilidade só da mulher evitar filhos é fácil!!

Tive juízo sim!! Tive tanto juízo que não engravidei com 15 nem com 20 anos. Foi com 27!! E não foi com uma carinha qualquer que encontrei numa balada, fizemos sexo e no outro dia me vi grávida! Não!!!!!!!!

Por que as pessoas só sabem julgar e não levam em consideração que, mesmo não podendo, eu assumi minha filha sozinha, não a joguei fora, não a dei pra ninguém, mesmo sofrendo, mesmo chorando todas as noites e dias, mesmo ganhando menos de um salário, mesmo que o cafajeste que eu adorava não me quisesse, nem quisesse me ajudar e nem quisesse assumir uma criança que ELE TAMBÉM FEZ???? Ele estava lá e quem desistiu foi ele, não eu!! Quem não teve juízo nessa história? Podemos culpar o remédio??


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Aos 34 anos, sagitariana com ascendente em capricórnio (discordo, mas fazer o quê?!), do Rio de Janeiro (com louca vontade de morar num lugar tranquilo), estudante de psicologia (mas cheia de problemas de cabeça. rsrrsrsrs), mãe e pai da pequena Bia, de 5 anos. E esse blog fala da nossa trajetória, dos meus sentimentos, minhas muitas lamentações, etc.

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