terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Passei o réveillon deitada, porque queimei os pés na areia da praia – pelando - no dia 31. A pele dos meus pés derreteu e lá fiquei sem poder andar até que meus tios me buscaram. Saí carregada de lá. Lembro que a frustração veio apenas quando senti meus pés arderem como se tivessem acendido um maçarico debaixo de cada um deles.... Aí cheguei a pensar no meu erro de insistir em ser forte! Quantas vezes fiz isso e não deu certo??? Sabia que tinha acabado minha diversão. Já tinha cancelado o culto da virada na igreja e tinha marcado com uma amiga pra ir pra Itaipuaçu. Acabei não indo pra lugar nenhum, mas feliz. Sentia que já havia comemorado antes.
Mais tarde, drenei as bolhas, passei pomada, esperei terminarem os fogos da meia-noite e fui dormir. Santo Rivotril. Se não fosse por ele, não pregaria o olho. Hahahahaha.

Mas também tive um finalzinho de ano maravilhoso, há tempos não me senti TÃO SOLTA, LIVRE, DESPREOCUPADA. Foi libertador. Fui bastante à praia com algumas amigas, conheci o E., uma 'cara mais-que-sincero-livre-leve-natural-que-não-quer-compromisso-com-ninguém', mas encantador. O tipo do cara que fala tudo o que pensa, independente se aquilo vai te ferir ou não. Gostei dele. Uma pessoa que vive da forma que quer e dane-se os outros. Hoje as pessoas preferem falar e ouvir a mentira e isso sempre acaba nos trazendo ilusões. E tô fora de enganação. Acabei de ter uma GIGANTE decepção com um rapaz a quem estava 'conhecendo', que queria me mostrar uma coisa e era o oposto. Não quero ter outra. Embora pareça impossível não se decepcionar.
Enfim, voltando ao Réveillon, não fui dormir triste, porque os meus últimos dias do ano compensaram todo o ano de 2015 e ainda o início de 2016.








Comecei o ano com todo o gás, muitos planos e metas, animadérrima. Os primeiros dias pareciam “claros”, desenrolados, livres de todos aqueles problemas de 2015. Parecia que havia passado um tempo enclausurada e havia sido liberta. Estranho, não? Comecei a pensar que liberdade mesmo é fazer o que gosta, mas tomando cuidado com as consequências. Mas não é assim que aprendemos na caminhada cristã. Tudo é limitado, impróprio. Sinto como se algo tivesse acontecido no momento em que vi o E. e que os olhos dele me viram. Algo de ruim, mas algo muito bom. Perdi todo o pudor de uma vida, todos os conceitos e regras ficaram em casa e me joguei. Não que tenha deixado de acreditar neles, mas liguei o “dane-se” e pronto! Às vezes acho que eu me cobro demais e a vida vai passando enquanto isso. Que não é isso que Deus realmente exige, porque não é possível alguém ser feliz se limitando tanto. Ou é?

19 de dezembro de 2015, foi o dia em que o conheci. Acordei, resolvi ir à praia. Minha intenção era pular o canal de Itaipu e ir pra Camboinhas. Mas antes que chegasse nas pedras, fui abordada por ele. Dono do quiosque, recepcionando os clientes com toda a educação e simpatia. Corpo escultural, olhos chamativos, pele morena e sorriso impecável. Muito educado, persuasivo, gentil. Me convenceu em apenas 30 segundos a me sentar ali. Disse que bastava um sorriso, não precisava pagar o aluguel da cadeira. E por que seria difícil pagar com sorrisos??
Ali. Ali eu sinto que NADEI, NADEI e morri na praia. Literalmente. Porque vivi quase 2 anos em santidade, muitas vezes me peguei chorando com o rosto no chão porque não estava aguentando mais a solidão, as lutas, as dificuldades da abstinência. Mas consegui ficar 1 ano e meio sem sexo, sem beijar ninguém. NADA. E quando o vi… tudo aquilo desmoronou. Então, nadei, nadei e morri na… praia.





Voltei a trabalhar feliz da vida, com todo o gás, amando tudo e todos.... Os dias de recesso me fizeram muito bem e todos diziam que parecia muito feliz e satisfeita. Na verdade, os momentos com E. foram relaxantes pra mim, revigorantes, libertadores.

Mas… tudo tem seu lado bom e ruim… Fui algumas vezes ver o E., mas da última vez foi diferente... Sei que ele fala a verdade nua e crua pra mim, que é solteiro, que tem muitas oportunidades e que não quer se envolver com ninguém, mas não sirvo pra isso. Tava forçando uma situação. Não sou dessas que aceitam tudo por sexo, não. Me doeu. Demorei a me desapegar, demorei a abandonar a vontade intensa de voltar, voltar e voltar... Na verdade ainda não consegui esquecer, mas não voltei mais lá.
Pedi a Deus sinceramente que me ajudasse a resolver essa situação, porque de mim mesma não tenho forças, por mim mesmo não deixaria de ir lá. Minha carne quer, meu corpo deseja, mas minha mente sabe o que é certo.

Uns dias depois, nós conversamos e ele disse que fecharam os quiosques da praia, interditaram de novo pra demolir e construir outros, como tentam fazer há anos. Estou muito triste por ele e pela praia. Em pleno verão fazer isso com os trabalhadores que só têm aquela forma de sustento é, no mínimo, desumano. Mas o que esperar da política??? O que esperar de pessoas? Nada menos. Será que isso tem a ver com Deus? Com a minha oração? Acho que Deus não iria fazer isso apenas pra tirar o E. do meu caminho. Não é pra tanto.
Outro dia até disse a ele que ia lá, mas algumas coisas aconteceram e desmarquei. Parece um sinal! Estou insistindo nessa história, mas vejo que tudo está ao contrário.
Bem, há alguns meses tenho planejado enfrentar a minha sonhada faculdade de Psicologia. Me mudar, morar numa república seria melhor pra mim, pra buscar uma melhor qualidade de vida, enquanto faço essa dupla jornada de trabalhar e estudar, mas…. Ai, tem hora que dá vontade mesmo de desistir de tudo! Fugir! Sumir! Ir pra Júpiter! Ser humano é complicado demais, meu Deus, não dá pra mim! Minha família tá arrumando tanto problema com essa faculdade que tenho vontade de não fazer merda nenhuma! Largar tudo e viver às custas. Tô uma pilha de nervos, com um monte de coisa pra resolver, querendo fazer faculdade pra ver se melhoro alguma coisa nessa merda de vida, mas só recebo julgamentos e críticas, nem uma mão estendida se oferecendo pra me ajudar em alguma coisa. Eu realmente me senti cansada. Cansada de ser humano. Bosta de ser humano. Não sei se isso vai dar certo com tanta gente negativa ao meu redor. Perdi toda a vontade de planejar e colocar esse projeto à frente. Parece que eu abri minha boca pra dizer que vou largar minha filha com minha mãe pra ir pra gandaia de segunda a sexta. Mas não, só resolvi estudar!!! Quando é que as pessoas vão apoiar as outras e se oferecer pra ajudar em alguma coisa??

Comecei a tomar SLENFIG (Sibutramina). Estou com 70 kg!!! ONDE ISSO VAI PARAR? Minha ansiedade só aumenta e quero comer a todo momento. Não adianta dizer pra fechar a boca, não é assim que funciona! Tomo remédio antidepressivo, tomo ansiolítico, tomo remédio pra dormir... Me entupo de remédios, mas essa ansiedade e irritabilidade não passam! Os problemas aumentam e continuo me sentindo sozinha pra resolver tudo!

Ando muito nervosa de novo. Grito muito com Bia, meu Deus. Tadinha da minha filha! Ela não merece! Merece todo amor e carinho. Ela é apenas uma criança de 4 anos! Onde eu estou com a cabeça??? Preciso me acalmar, Jesus. Ela não pode pagar pelos meus estresses. Ando com a cabeça a mil por conta desses planos de faculdade, mudança, problema de aluguel, essas ziquiziras que me aparecem... Aff!

Terminei o curso REVER - RESTAURAÇÃO DA ALMA. Não lembro qual foi a última vez que comecei e consegui terminar alguma coisa, sempre paro tudo no meio. Esse curso foi muito bom pra mim, revi realmente muitas coisas a mudar, a tratar, a restaurar, mas preciso de um companhamento maior. E me entristeci, porque os conceitos que eu passei aprendendo e renovando no curso, estão confusos na minha cabeça. Não sei mais o que é ser cristão, não sei mais como viver uma vida em santidade. Não sei mais como colocar em prática tudo o que eu aprendi e acreditei a vida toda.



Não consegui fazer o FIES, esse ano não aceitam mais que não fez ENEM. Fiquei muito triste e arrasada. Seria a oportunidade de fazer faculdade sem depender de ninguém. Sinto que alguma coisa não vai dar certo, algo dentro de mim está me incomodando. Já estou com tudo certo pra me mudar, mas não sinto paz nisso.

Não acho que consiga atingir essa condição que Deus deseja. Vontade de desistir. Mas não posso. Só quero entender o que Deus quer de mim. Não tenho condição de ser quase perfeita.
E eu não consigo viver com todas essas restrições. Já estou vendo a bíblia de outra forma. Uma forma restritiva, que te limita a tudo. Parece que TUDO acaba sendo errado e pecado.
Ah, um cristão tem que amar o próximo. Começando por aí já é quase impossível pra mim. Acredito cada vez menos no ser humano e, consequentemente, não consigo amar.
A cada dia mais perco a fé na humanidade e isso me impede de sentir amor ao meu próximo. E viver em santidade é muito difícil. Sinto que não consigo mais.
Essa espera que Deus fala na bíblia, parece uma espera sem fim.
Viver em santidade pra mim é não fazer sexo antes de casar, não ficar sem compromisso com ninguém, tem que esperar no Senhor, ou ir tentando namorar até achar alguém que dê certo, dar testemunho, ou seja, se você fala um palavrão já é taxado de falso, não pode beber, não pode frequentar lugares onde só tem ímpio, pra não se envolver.... tem que ler a bíblia, vivê-la, tem que orar por coisas às vezes anos a fio.. e ainda tem mais ! Quanto mais ora, mais difícil fica, porque Deus te dá um monte de prova e o diabo não desiste de te derrubar. Aí fica aquela luta da carne contra o espírito. ... enfim, muito difícil.
No fim das contas, você tenta fazer tudo certo e ainda encontra pessoas como o L., por exemplo, pelo caminho. Que te engana, ilude, vive numa mentira, usando o nome de Deus e as pessoas só podem me dizer assim: ESPERA NO SENHOR. ESPERA NO SENHOR, ESPERA NO SENHOR.
E eu ? Vivendo tudo Sozinha.
Não tenho com quem contar, não tenho uma companhia pra me ajudar nas dificuldades, lutar comigo, somar comigo... só. Não quero mais esperar. Não dá pra ser o que a bíblia quer que eu seja.


Fiz a inscrição do vestibular para fazer a redação no dia 04/02.

No último dia de janeiro, coloquei a mão na massa. Comecei a ensacar as coisas, quanto trabalho deu! Doei algumas coisas: sofá-cama, armários, cômodas que não ia mais usar, roupas, etc. Desapegando….





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Aos 34 anos, sagitariana com ascendente em capricórnio (discordo, mas fazer o quê?!), do Rio de Janeiro (com louca vontade de morar num lugar tranquilo), estudante de psicologia (mas cheia de problemas de cabeça. rsrrsrsrs), mãe e pai da pequena Bia, de 5 anos. E esse blog fala da nossa trajetória, dos meus sentimentos, minhas muitas lamentações, etc.

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