sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Li esse depoimento e me emocionei muito, aliás sempre que leio o depoimento de uma pessoa que passou a mesma coisa que eu e parece estar narrando a minha vida, eu sinto os meus olhos cheios de lágrimas. Então compartilho com vocês esse depoimento de ROSE GOBEL.
Do site http://www.papodebercario.com.br/gravida-e-solteira/
*Rose Göbel é jornalista e mãe solteira da Julia. Quer dividir a sua história com mulheres que engravidam de uma relação não estável e questionam se realmente a desejam. Ela vai contar que não foram poucas as vezes em que se debateu perante a dúvida de seguir em frente ou não com a gestação, mas que a coragem de optar por dar a luz sozinha fez tudo valer a pena. O vínculo entre um filho e a mãe solteira é muito mais forte e especial.
A minha gravidez não foi planejada; tão pouco a notícia foi celebrada pela minha família. Engravidei acidentalmente de um relacionamento que terminou antes mesmo da minha filha nascer. Foram nove meses de muita angústia, indagações, solidão e medo.
Descobri que estava grávida fazendo um exame ginecológico de rotina por conta das várias crises de infecções urinárias. Nunca vou esquecer a forma como o médico que realizou o exame de ultrassom me deu a notícia. “Acho que não é um cisto no ovário. Tenho 90% de certeza de que é o inicio de uma gestação, mas ainda não formou embrião; volte daqui 15 dias para confirmarmos”.
Grávida? Eu? Impossível! Eu nunca tinha sequer segurado um bebê no colo. Ficava horas na frente da televisão assistindo o Encantador de Cães, mas, não parava a minha vida para admirar uma criança no shopping. Não planejava constituir família, casar e ter filhos. Eu sonhava em ganhar dinheiro para conhecer o mundo e já tinha lido todos os livros do Amyr Klink.
Surtei! Pirei! Fiquei desesperada! Saí do laboratório direto para uma farmácia – pensei: “Se é o começo de uma gestação e ainda nem formou embrião, posso resolver isso de uma forma muito simples e rápida: pílula do dia seguinte!”. Claro que eu não estava raciocinando direito. O contraceptivo de emergência só atua impedindo a ovulação e pode causar má formação fetal. Confirmei o que eu já sabia lendo e relendo mil vezes a bula. Resultado? Não tomei a pílula. Voltei à farmácia e comprei cinco testes de gravidez de marcas diferentes na esperança de um deles dar negativo, mas todas as marcas foram unânimes nos resultados: positivo.
Passei os três primeiros meses da gravidez chorando todos os dias e pesquisando métodos abortivos na internet. Neste período, descobri que várias amigas minhas já tinham feito aborto e que a prática era mais comum do que eu imaginava. Soube de uma clínica de luxo em São Paulo que realizava a interrupção da gestação. Marquei duas vezes para fazer o procedimento, mas, não apareci em nenhuma delas. Eu precisava assumir para mim mesma que eu queria levar adiante a gestação. Acho que nenhuma mulher quer de fato tirar a vida de um filho, mesmo que ela ainda não se sinta mãe.
O mundo parecia não fazer sentido. A minha vida tinha tomado um rumo completamente fora do meu controle. Onde estava aquela pessoa prática e segura de si, que sempre resolveu super bem todos os seus problemas? A gravidez tinha roubado a minha personalidade? A notícia tinha certamente me desestabilizado. Eu estava sem chão, me sentia sozinha.
E o pai da minha filha? Dei a notícia logo que soube e ele resolveu tudo de uma forma muito cômoda. “Eu vou apoiar o que você decidir”. Esta era a forma mais fácil dele se isentar de qualquer culpa e não ser julgado mais tarde pela família e amigos. Para mim, era o mesmo que dizer: “Resolve aí você e me passa um e-mail depois com o resultado final”. Eu me sentia grávida de um adolescente do interior, deslumbrado com a vida na cidade grande. Depois de várias brigas, terminei o relacionamento mais estranho e bizarro que já vivi. Isto foi no sexto mês de gravidez e, confesso, não foi fácil. Nenhuma mulher quer dar a luz sozinha. Eu pelo menos não queria.
Uma das frases que eu mais ouvi durante a gestação foi: “Tente ser paciente com ele porque homem só se torna pai quando o filho nasce”. Então, quer dizer que a mulher ao engravidar já se sente mãe? Absurdo! Infelizmente a sociedade ainda é muito machista.
Grávida e solteira. Meu Deus! E agora? O que seria da minha vida? E os planos, metas traçadas, pós-graduação, investimento em curso de inglês no exterior, estágios, experiências ruins e boas de trabalhos em São Paulo? Tinha sido tudo em vão? A minha vida tinha chegado ao fim? Como dar essa notícia para a minha família? Depois de onze anos morando sozinha eu voltaria a morar com os meus pais? E o que eu faria com um bebê? Caracas! Justo eu que nunca tinha sonhado em ser mãe! A minha angústia crescia junto com a minha barriga. Eu tinha vergonha de estar grávida e solteira.
Foi uma gestação de indagações. Cheguei a fazer terapia para entender porque eu não tinha uma gravidez cor de rosa e poética como todas as outras mulheres grávidas que os livros, novelas e filmes vendiam. Eu não me encaixava naquele padrão de mulher que chega ao ápice de felicidade por estar grávida. Mas a sociedade me cobrava este comportamento. Quantas vezes não ouvi de amigas:“Rose, você TEM QUE estar feliz. Agora é hora de aproveitar e curtir o seu bebezinho”. Me sentia um ser humano desprezível, por não conversar e não amar a minha barriga. Onde estava aquele amor materno instintivo? Será que eu era a única grávida no mundo que não estava perdidamente apaixonada pelo meu bebê? Para piorar, a minha barriga tinha se tornado um órgão público e assunto em todos os lugares que eu frequentava. E eu obrigada a ser feliz com esta nova realidade.
Fisicamente eu tive uma gravidez maravilhosa. Mas psicologicamente foi uma saga em busca de redescobrir quem eu era. Hoje, eu tenho certeza de que a minha gravidez não foi planejada por mim, mas sim por Deus. Aquela Rose antes da maternidade não existe mais. Não há palavras para descrever o tamanho do carinho que se pode ter por um filho. O amor materno, para mim, é um amor que é construído no dia a dia. Tanto eu como a minha filha aprendemos a amar uma a outra nos pequenos gestos de carinho, proteção e cuidados diários. Eu nunca imaginei que uma coisa tão pequenininha pudesse mudar tanto a minha vida e que eu pudesse amar alguém tanto assim. Ser mãe é a melhor experiência que uma mulher pode viver.
@rosegobel
Do site http://www.papodebercario.com.br/gravida-e-solteira/
*Rose Göbel é jornalista e mãe solteira da Julia. Quer dividir a sua história com mulheres que engravidam de uma relação não estável e questionam se realmente a desejam. Ela vai contar que não foram poucas as vezes em que se debateu perante a dúvida de seguir em frente ou não com a gestação, mas que a coragem de optar por dar a luz sozinha fez tudo valer a pena. O vínculo entre um filho e a mãe solteira é muito mais forte e especial.
A minha gravidez não foi planejada; tão pouco a notícia foi celebrada pela minha família. Engravidei acidentalmente de um relacionamento que terminou antes mesmo da minha filha nascer. Foram nove meses de muita angústia, indagações, solidão e medo.
Descobri que estava grávida fazendo um exame ginecológico de rotina por conta das várias crises de infecções urinárias. Nunca vou esquecer a forma como o médico que realizou o exame de ultrassom me deu a notícia. “Acho que não é um cisto no ovário. Tenho 90% de certeza de que é o inicio de uma gestação, mas ainda não formou embrião; volte daqui 15 dias para confirmarmos”.
Grávida? Eu? Impossível! Eu nunca tinha sequer segurado um bebê no colo. Ficava horas na frente da televisão assistindo o Encantador de Cães, mas, não parava a minha vida para admirar uma criança no shopping. Não planejava constituir família, casar e ter filhos. Eu sonhava em ganhar dinheiro para conhecer o mundo e já tinha lido todos os livros do Amyr Klink.
Surtei! Pirei! Fiquei desesperada! Saí do laboratório direto para uma farmácia – pensei: “Se é o começo de uma gestação e ainda nem formou embrião, posso resolver isso de uma forma muito simples e rápida: pílula do dia seguinte!”. Claro que eu não estava raciocinando direito. O contraceptivo de emergência só atua impedindo a ovulação e pode causar má formação fetal. Confirmei o que eu já sabia lendo e relendo mil vezes a bula. Resultado? Não tomei a pílula. Voltei à farmácia e comprei cinco testes de gravidez de marcas diferentes na esperança de um deles dar negativo, mas todas as marcas foram unânimes nos resultados: positivo.
Passei os três primeiros meses da gravidez chorando todos os dias e pesquisando métodos abortivos na internet. Neste período, descobri que várias amigas minhas já tinham feito aborto e que a prática era mais comum do que eu imaginava. Soube de uma clínica de luxo em São Paulo que realizava a interrupção da gestação. Marquei duas vezes para fazer o procedimento, mas, não apareci em nenhuma delas. Eu precisava assumir para mim mesma que eu queria levar adiante a gestação. Acho que nenhuma mulher quer de fato tirar a vida de um filho, mesmo que ela ainda não se sinta mãe.
O mundo parecia não fazer sentido. A minha vida tinha tomado um rumo completamente fora do meu controle. Onde estava aquela pessoa prática e segura de si, que sempre resolveu super bem todos os seus problemas? A gravidez tinha roubado a minha personalidade? A notícia tinha certamente me desestabilizado. Eu estava sem chão, me sentia sozinha.
E o pai da minha filha? Dei a notícia logo que soube e ele resolveu tudo de uma forma muito cômoda. “Eu vou apoiar o que você decidir”. Esta era a forma mais fácil dele se isentar de qualquer culpa e não ser julgado mais tarde pela família e amigos. Para mim, era o mesmo que dizer: “Resolve aí você e me passa um e-mail depois com o resultado final”. Eu me sentia grávida de um adolescente do interior, deslumbrado com a vida na cidade grande. Depois de várias brigas, terminei o relacionamento mais estranho e bizarro que já vivi. Isto foi no sexto mês de gravidez e, confesso, não foi fácil. Nenhuma mulher quer dar a luz sozinha. Eu pelo menos não queria.
Uma das frases que eu mais ouvi durante a gestação foi: “Tente ser paciente com ele porque homem só se torna pai quando o filho nasce”. Então, quer dizer que a mulher ao engravidar já se sente mãe? Absurdo! Infelizmente a sociedade ainda é muito machista.
Grávida e solteira. Meu Deus! E agora? O que seria da minha vida? E os planos, metas traçadas, pós-graduação, investimento em curso de inglês no exterior, estágios, experiências ruins e boas de trabalhos em São Paulo? Tinha sido tudo em vão? A minha vida tinha chegado ao fim? Como dar essa notícia para a minha família? Depois de onze anos morando sozinha eu voltaria a morar com os meus pais? E o que eu faria com um bebê? Caracas! Justo eu que nunca tinha sonhado em ser mãe! A minha angústia crescia junto com a minha barriga. Eu tinha vergonha de estar grávida e solteira.
Foi uma gestação de indagações. Cheguei a fazer terapia para entender porque eu não tinha uma gravidez cor de rosa e poética como todas as outras mulheres grávidas que os livros, novelas e filmes vendiam. Eu não me encaixava naquele padrão de mulher que chega ao ápice de felicidade por estar grávida. Mas a sociedade me cobrava este comportamento. Quantas vezes não ouvi de amigas:“Rose, você TEM QUE estar feliz. Agora é hora de aproveitar e curtir o seu bebezinho”. Me sentia um ser humano desprezível, por não conversar e não amar a minha barriga. Onde estava aquele amor materno instintivo? Será que eu era a única grávida no mundo que não estava perdidamente apaixonada pelo meu bebê? Para piorar, a minha barriga tinha se tornado um órgão público e assunto em todos os lugares que eu frequentava. E eu obrigada a ser feliz com esta nova realidade.
Fisicamente eu tive uma gravidez maravilhosa. Mas psicologicamente foi uma saga em busca de redescobrir quem eu era. Hoje, eu tenho certeza de que a minha gravidez não foi planejada por mim, mas sim por Deus. Aquela Rose antes da maternidade não existe mais. Não há palavras para descrever o tamanho do carinho que se pode ter por um filho. O amor materno, para mim, é um amor que é construído no dia a dia. Tanto eu como a minha filha aprendemos a amar uma a outra nos pequenos gestos de carinho, proteção e cuidados diários. Eu nunca imaginei que uma coisa tão pequenininha pudesse mudar tanto a minha vida e que eu pudesse amar alguém tanto assim. Ser mãe é a melhor experiência que uma mulher pode viver.
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- Aos 34 anos, sagitariana com ascendente em capricórnio (discordo, mas fazer o quê?!), do Rio de Janeiro (com louca vontade de morar num lugar tranquilo), estudante de psicologia (mas cheia de problemas de cabeça. rsrrsrsrs), mãe e pai da pequena Bia, de 5 anos. E esse blog fala da nossa trajetória, dos meus sentimentos, minhas muitas lamentações, etc.
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Estou vivendo exatamente isso, com planos de morar em sp, mestrado, viajar pelo mundo e independência, eu engravidei de um "ficante", estou com 5 semanas e acho que entrando em uma depressão, o Pai? Disse que me apoiava no que eu decidisse, mas sumiu..... Dizia que precisava de um tempo pra cair a ficha e até hoje esse tempo não foi suficiente.... Tou encarando sozinha.... com muitos choros, tristezas e angustia.... Mas se Deus quiser vai passar....
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