quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011



Ontem sentei no meio fio e chorei.
Foi um choro lá do fundo, soluçante, intenso, como há muito tempo não chorava. E cada vez mais me encho de ódio. Ódio daquele que me disse palavras tão bonitas e apaixonantes e agora some desse jeito. Choro porque, às vezes, eu rejeito esse bebê que de nada atem culpa e já está pagando pelos meus erros e escolhas. Não quero ter um filho sem pai. Não quero ter que passar esse sufoco, enquanto ele está vivendo da forma que quer... Não é justo!! Pro homem tudo é mais fácil, faz o filho, dá uma merda de pensão e depois? Só! E não adianta as pessoas falarem: Pensasse nisso na hora que tava fazendo o sexo. Mas eu não fiz filho de propósito, fiz sexo, tomando remédio e agora? Como remediar??

Chorei de cansaço, cansaço dessa vida, cansada das minhas escolhas, cansada de ser a boazinha enquanto as pessoas não estão nem aí pras outras e pensei que, quando sou egoísta, as pessoas me criticam, apontam logo os meus erros, mas quando alguém se preocupa comigo, a não ser minha mãe? E por que não posso ter meu grau de egoísmo, se é só isso que vejo as pessoas serem?


Não quero rejeitar meu filho. Por isso, choro. Não quero ter que arcar com conseqüências sozinha, como se eu tivesse descoberto a fórmula pra fazer um filho sozinha, sem uma outra pessoa compartilhando disso!!
Não quero!!! Chorei e queria chorar muito mais. Em alto e bom som, pra me desfazer de toda essa tristeza e decepção que tem aqui dentro.
Queria que esse choro fosse capaz de aniquilar todas as lembranças ‘”dele”, que me incomodam, que me vêm à cabeça toda hora, me torturando, me trazendo arrependimento e tristeza por essa rejeição ao meu bebê.
Isso tem que passar e depois quero vê-lo arrependido, sofrendo tanto quanto eu sofri, sentada naquele meio-fio.
Até agora meus olhos ainda tem lágrimas, meu peito ainda tem pranto, mas guardo pra mim, não quero fazer minha mãe mais preocupada ainda.

Enfim, dia 15 fui ao médico e ouvi o coração do meu bebê. Está tudo normal. Vou fazer ultra terça feira.

3 comentários:

  1. Tu estavas grávida nesta época? foi o choro de uma gravidez junto com o teu momento. Faz parte. Também chorei muito na gravidez mesmo ele sendo presente vez que outra no apartamento qu eue morava sozinha. Ele acompanhou toda a gravidez, mas em casa. pois ir ao médico, conhecer a minha família ele sempre foi receoso. E isto me fez sofrer mutias vezes. Amada, espero que tu estejas bem. Sabe, acredito muito no Kardecismo. Viemos pra este mundo pra resgatar algo que ficou lá no passado. E todos temos uma missão. eu encarei a minha barca de mãe e pai do João Vicente pois acreditei que esta era a minha missão. Lembre-se que a maior benção que tu poderias ter é ter uma filha com SAÚDE! Tem casos extremamente tristes que envolvem doenças... portanto, mude a ótica e enxergue assim. O resto tu vai ver que, com o tempo será só alegria!

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. @satélite abduzidoJá estava grávida, sim, Fabi. E, infelizmente, não aceitava a gravidez ainda. Fui curtir minha gravidez completamente, depois de 6 meses. Antes disso, tinha muita vergonha de me tornar mãe solteira. As pessoas sempre me perguntavam: e o pai? E isso me doía profundamente. O ódio que eu sentia dele ter me abandonado grávida, não me deixava me entregar completamente à gravidez. Mas depois que relaxei e isso parou de me incomodar tanto, pelo apoio da minha família e amigos, foi muito revigorante pra mim. Hoje, não sei o que teria sido de mim se minha filha não chegasse. Deus faz hoje e a gente entende amanhã. Como você vê aí, eu sofria muito, queria sempre sumir, morrer, era infeliz, antes mesmo de conhecer o pai da minha filha. Então fui levando à frente toda essa infelicidade e insatisfação à frente. Mas depois que minha filha chegou, tudo mudou. Não tem aqui mais espaço pra depressão e Deus fez isso de caso pensado, como sempre!

    ResponderExcluir

Pesquisar sobre

Quem sou eu

Minha foto
Aos 34 anos, sagitariana com ascendente em capricórnio (discordo, mas fazer o quê?!), do Rio de Janeiro (com louca vontade de morar num lugar tranquilo), estudante de psicologia (mas cheia de problemas de cabeça. rsrrsrsrs), mãe e pai da pequena Bia, de 5 anos. E esse blog fala da nossa trajetória, dos meus sentimentos, minhas muitas lamentações, etc.

Seguidores

Tecnologia do Blogger.